Vinte anos após o lançamento do primeiro título da franquia Matrix e da sequência Resurrections, a discussão sobre a possibilidade de estarmos vivendo em uma simulação ganhou força. O debate vem conquistando espaço até mesmo entre os filósofos.

Em 2003 o filósofo sueco Nick Bostrom criou um artigo intitulado “O Argumento da Simulação”, no qual sugere que poderíamos estar vivendo em um universo simulado, semelhante a um jogo de computador ou videogame. Para Bostrom, a simulação seria uma realidade se, pelo menos, uma das três afirmações abaixo for verdadeira:

  1. Há uma grande chance de o humano ser extinto antes de atingir seu status de “pós-humano” (isto é, a próxima etapa evolutiva da espécie, propulsionada pela tecnologia);
  2. É muito improvável que qualquer civilização pós-humana seja capaz de criar um número significativo de simulações de sua história;
  3. Quase certamente estamos vivendo em uma simulação.

Das afirmações acima, a que chamou a atenção do bilionário e dono do Twitter, Elon Musk, é a terceira. Musk já vinha defendendo a possibilidade da simulação.

Um dia poderemos criar nossa própria simulação?

Em um tweet sobre o jogo Pong, Musk disse: “o argumento mais forte para estarmos em uma simulação é o seguinte: há 40 anos criamos o jogo Pong com dois retângulos e um ponto. Os jogos eram assim naquela época…”. Ele acredita que, com o ritmo dessa evolução, os jogos serão indistinguíveis da realidade e cada um poderá criar a sua própria.

A desenvolvedora de jogos Epic Games anunciou recentemente o lançamento do motor gráfico Unreal Engine 5. A ferramenta consegue renderizar mundos abertos em tempo real com alta fidelidade e em 60 FPS. Será usada no desenvolvimento de jogos para plataformas de última geração e computadores.

Gráficos gerador pelo Unreal Engine 5
Gráficos gerados pelo Unreal Engine 5

Segundo Quentin Staes-Polet, gerente geral da Epic Games Índia, o objetivo principal da nova engine ainda não foi alcançado. A meta é o fotorrealismo, ou seja, imagens capazes de simular a realidade, destacou.

O que a ciência pensa sobre isso?

Pesquisadores fizeram alguns testes para saber se há alguma chance de nossa realidade não passar de linhas de códigos de programação. Físicos teóricos como Zohar Ringel e Dmitry Kovrizhin, da Universidade de Oxford e da Universidade Hebraica de Israel publicaram, em 2016, os resultados de seus estudos na revista Science Advances.

Foi descrita a matemática necessária para simular apenas algumas partículas de nosso mundo girando (spin) em um determinado estado quântico. Os recursos computacionais necessários para a simulação cresceriam exponencialmente ao ponto que ser praticamente impossível obter tantos recursos.

Segundo Kovrizhin, para armazenar dados de 20 spins de partículas, seriam necessários 1TB (Terabyte) de armazenamento. Imagine quanto espaço seria necessário para armazenar os dados simulados de um único universo?

Segundo um estudo de 2015, teoricamente, 1 grama de DNA consegue carregar 455 exabytes de informação. Para você ter uma ideia, 1 exabyte equivale a 1 bilhão de gigabytes! Um estudo publicado na revista Science calcula que, até 2007, a quantidade de dados armazenados mundialmente é de 295 exabytes, ou 1,2 bilhão de discos rígidos.

Obter todos os recursos para realizar as simulações necessárias, em todos os universos possíveis, teoricamente é plausível. Ainda mais quando colocamos na balança a possibilidade de existirem civilizações com bilhões de anos de evolução tecnológica a nossa frente.

E você? O que pensa a respeito disso? Deixe nos comentários a sua opinião.

Dúvidas ou sugestões? Deixem nos comentários! Para mais dicas, acesse o nosso canal no YouTube:
 https://youtube.com/criandobits

Tags: | | | | | | | | | | |

Quer receber GRÁTIS o e-book "Como Formatar um Computador em 5 Minutos"?

Não enviamos spam. Seu e-mail está 100% seguro!

Sobre o Autor

Benedito Silva Júnior
Benedito Silva Júnior

Bacharel em Sistemas de Informação pelo Instituto Paulista de Pesquisa e Ensino IPEP. Apaixonado por tecnologias e games do tempo da vovó!

0 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *